A partir de Sayeg (2011), percebemos que as práticas comunicacionais têm sofrido diversas modificações. Anteriormente, estas práticas encontravam-se interligadas com a cultura letrada. Contudo, com a Revolução Industrial modificou o modo como contactamos e agimos com o outro, pois atualmente nós somos capazes de comunicar com pessoas de qualquer parte do Mundo, através das TIC (telemóvel e Internet).
«As formas de vivência da subjetividade acima delineadas são típicas da cultura letrada pós
Revolução Industrial. Quais são as formas de vivência da subjetividade típicas da cultura
letrada de Revolução da Tecnologia da Informação, no meio da qual estamos hoje?»
De forma a responder esta questão, Sayeg refere que este é um paradoxo intrigante hoje é o diário online. Antigamente a cultura letrada, o diário podia até ter aspetos públicos, pois os mesmos poderiam ser publicados, um dia; contudo, estes não tinham como intenção a sua publicação (comunicar-se com o público) era apenas uma forma de "guardar" os seus sentimentos (interioridade), vivências emocionais e relações privadas. Por outro lado, o diário online é paradoxal, porque envolve a introspecção realizada num ambiente totalmente público (a Internet).
Apesar da Internet nos abrir portas para um "mundo" tão fácil interagir com o outro é também importante referir que este tipo de comunicação, poderá ser muito "perigoso", porque nem sempre quem está do outro lado em quem nós pensamos, por isso é necessário termos noção de quem está do outro lado.
Definição de Cyberespaço
Para Sayeg, o conceito de cyberespaço é um fenómeno abstrato. Refere-se a uma "diluição" das fronteiras entre o humano e máquina, esta diluição é proporcionada a partir do paradigma cibernético (em que um mesmo sistema formal pode ser usado para descrever robôs, computadores, máquinas, o corpo humano, a mente humana, o organismo animal, a população de animais, a sociedade, etc).
A diluição das fronteiras ou hibridismo implica a conceção de espaços impuros e categorias não dicotómicas.
«A expressão da multiplicidade já tinha sido anteriormente possibilitada no paradigma da cultura
letrada tradicional (Revolução Industrial): isto é, a expressão de diversas vivências individuais
possibilitava a expressão da multiplicidade no corpo coletivo. Agora, a multiplicidade pode ser
expressa por cada indivíduo, pois sua expressão no cyberespaço é multidirecional, multiparticipativa. Cada indivíduo pode ser vários» (Sayer,2011).


Referências Bibliográficas:
Sayeg, M. E. M. (2011). A interação no cyberespaço: real ou virtual. Revista da Informação e Tecnologia. Disponível em http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/renato.html.
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